“A 10 de outubro assinala-se o Dia Mundial da Saúde Mental e importa sensibilizar para um problema cada vez mais comum: a ansiedade nas crianças e adolescentes. Com ajuda especializada é possível aprender a resolver este problema de uma forma eficaz e não se deixar dominar pelos medos
Portugal é um dos países da Europa com os índices mais elevados de doença mental (23%), sendo a mais comum a ansiedade (16.5%). A ansiedade é um dos problemas de saúde mental mais comum, afetando crianças e adolescentes, e pode resultar no funcionamento posterior debilitante se não for tratada.
A infância e adolescência são as fases centrais de risco para o desenvolvimento de sintomas e síndromes de ansiedade que podem variar de sintomas leves e temporários a perturbações de ansiedade graves. Durante a infância a ansiedade surge como uma experiência transitória e adaptativa que permite a adaptação a situações novas, inesperadas ou consideradas perigosas. O medo pode evoluir para uma situação generalizada, recorrente ou especialmente assustadora, que comprometa o desempenho da criança. Podemos dizer que as crianças com ansiedade possuem preocupações ou medos exagerados com a saúde ou desempenho em testes, agressão física, problemas com os pares, hipersensibilidade aos sinais de perigo, comportamentos de evitamento, entre outros.
Os sintomas que causam ansiedade têm consequências negativas para a criança, pois prejudicam a sua autonomia e autoestima, o seu desempenho escolar, as suas interações sociais, aumentando o isolamento social, que por sua vez aumenta a probabilidade destas crianças serem excluídas. Salientam-se que níveis de ansiedade elevados em testes e outras atividades escolares resultam na diminuição do rendimento académico e até numa recusa em ir à escola.
É importante que a criança aprenda a não se deixar dominar pelos medos, de forma a criar oportunidades para que desenvolva as competências necessárias para enfrentar e dominar as situações temidas e, assim, perceber como as suas emoções são ativadas e como deve agir emocionalmente. A melhor maneira de os pais ajudarem os filhos a lidar eficazmente com o medo é motivá-los a enfrentarem as situações que o desencadeiam. A promoção da autonomia e o ensino da resolução de problemas, que passa pelo confronto com essas situações, são também estratégias importantes para que os medos não assumam dimensões patológicas.
O acompanhamento por parte de um profissional especializado, seja psicólogo ou pedopsiquiatra, vai ajudar na resolução dos problemas de uma forma eficaz. “
Artigo de Sandra Costa, Psicóloga